O título deste artigo é proposital. Em tempos de pandemia, Covid-19, penso que nunca vivemos esperando tanto por dias melhores, referência àquele verso da famosa canção do grupo Jota Quest “Vivemos esperando dias melhores, melhores no amor, melhores na dor, melhor em tudo” (...). Essa reflexão é para dizer que a natureza humana está sendo testada em seu limite, de repente o “bom selvagem” do filósofo Rousseau, que acreditava que o homem, em sua essência, não é nem bom nem mau, mas reflexo do ambiente em que está inserido, responsável direto pela prevalência da bondade ou da maldade em seu comportamento, faz total sentido.
O debate acerca do que pode ou não se pode fazer em uma sociedade, o que é uma atitude ética ou não, moral ou imoral, que, antes do coronavírus, já estava mais fixada no “mundo das ideias” ou escuridão da Caverna em alusão ao “Mito da Caverna” do filósofo Platão, temática tão frequente nos conteúdos das aulas de Filosofia e Ética, vieram com uma força descomunal. E o saudoso, Nobel de Literatura, José Saramago com sua obra-prima “O Ensaio da Cegueira” nunca foi tão requisitado e atual para o entendimento deste contexto social contemporâneo.
Sendo assim, não é preciso muita inteligência para adivinhar o que você está pensando, sim, entendi, todo o pensamento reflexivo acima não faz sentido algum, se você desconhecer os autores e livros citados, concordo plenamente contigo. Então, vou te perguntar agora, o que o momento crítico que estamos vivenciado nos pede: qual o sentido da vida?, em outras palavras, qual o valor da vida? O que é importante? Em “O apanhador de desperdícios” o sábio poeta Manuel de Barros, neste trecho dizia: “Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim essa atraso de nascença” (...)
O que é essencial em nossas vidas? A princípio, certamente, muitos podem logo de imediato dizer, a vida, o essencial é a vida! Será? Eis a pergunta que não se cala, o que significa para você a vida? A sua vida, qual a importância que ela ganhou ou perdeu agora? Diante das recomendações de isolamento e distanciamento social, a obrigatoriedade do uso de máscaras e higienização das mãos com água e sabão e/ou álcool gel 70º.
A atitude ética nos lembra que o coletivo é mais importante e relevante que o individual, mas, nossa natureza egoísta, impregnada de um capitalismo em estágio avançado, gerador de doença, agora de um vírus, reflete em outros olhares, já não tem mais graça aquela música que te arrepiava várias vezes, porque ela não alegra como antes, saudade da tradicional sala de aula e aquele professor chamando a atenção daquele aluno que não quer aprender, porque o conteúdo não faz sentido, agora on-line mal consegue ver a imagem dele em uma câmera, quando o wiffi existir, entre tantas coisas.
É fato que, a importância que atribuímos aos objetos e bens e a própria vida estão vinculada a nossa formação, cultura e, sobretudo a nossa educação. Naqueles valores que foram construídos em nós. Então, eu te pergunto, o que você está fazendo contigo?
Por incrível que pareça, aos 18 anos de idade, Sofia Lara Medrado, estudante de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, Campo Grande, ficou sete meses trabalhando em um sonho, ela queria escrever um livro. Há algumas semanas ela terminou o “2016” disponível gratuitamente na plataforma wattpad a jovem já escreveu seu primeiro sonho, já deixou sua marca.
Você pode justificar, mas, “eu não sou tão jovem assim”, ou, “eu não tenho mais disposição”. Não, por favor, precisamos urgentemente quebrar essa lógica, que tal começar por você, não fique, você, esperando dias melhores para viver. O que acha? Quer uma sugestão para começar: procure o que é o “Mito da Caverna” de Platão, o “Bom Selvagem” de Jacques Rousseau, o “Ensaio da Cegueira” de Saramago, os poemas de Manoel de Barros, te garanto será um novo e bom começo!