Por Jéssica Godoi
Quantas vezes o medo já te paralisou? Sempre me vi imaginado inúmeras situações com os piores cenários antes mesmo de iniciar algum projeto, tomar uma atitude, ou optar por uma escolha. A nossa mente vive cheia de pensamentos repetitivos e crenças que não são nossas e nos sabotam o todo tempo. Nos últimos anos tenho me colocado à disposição de circunstâncias que minha cabeça me alerta a fugir. Escolho sempre o frio na barriga, os caminhos que sempre evitei, por insegurança, medo de algo que nem eu mesmo sei – o desconhecido.
Ao dizer sim, somos capazes de lidar com as fantasias da nossa mente e experimentar novos caminhos. Sigo ressignificando minhas crenças por meio de uma jornada de autoconhecimento. Não é simples. Não é fácil e também não é de uma hora para outra. Mas é um processo, com um passo de cada vez.
Entre tudo que já li, assisti e pesquisei, quero destacar um documentário da pesquisadora americana “Brené Brown – The call to courage”¹, autora de grandes obras. Durante o documentário, Brown comenta sobre a coragem, e os sentimentos diferentes que envolvem cada ser humano. A leveza e a força dela nos conquistam logo nos primeiros minutos. Em uma fala, ela cita um discurso do ex- presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt. Tal trecho mexeu comigo, e eu sinto a responsabilidade de transmitir a outras pessoas quando posso. Leia com atenção:
“Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente”.
Isto é sobre algo que deveria ser muito óbvio, mas nos esquecemos. O merecimento pertence a quem tenta, isto é, a quem arrisca, a quem dá o primeiro passo, mesmo com hesitação. Afinal, a gente nunca vai saber o que tem do outro lado da porta se não formos até lá. Se não passarmos pelo medo, pela vergonha e pela nossa vulnerabilidade, ficaremos no mesmo lugar, estagnados, e, não entraremos na arena. E é lá que tudo acontece, só quem se comprometeu terá o privilégio de conhecê-la. É na arena que reconheceremos os erros, é nela que enxergaremos a nossa humanidade, passível de imperfeições. Lá encontraremos a nossa fragilidade. O autoconhecimento é isso, é sair da nossa zona de conforto para evoluirmos e nos tornamos cada dia melhores. E claro, isso tudo não se trata apenas de grandes feitos, mas sim de pequenas coisas, que são importantes de forma singular para cada um de nós.
Caso se interesse, assista ao documentário completo, e faça o teste: aceite pisar em lugares que você nunca permitiu estar.